Basta um clique!

A tecnologia digital evoluiu muito a partir da década de 90, principalmente as câmeras fotográficas. As novas câmeras digitais chegaram para substituir o velho filme de acetato e sua revelação. Acabou o tempo de espera e ansiedade pela imagem. A fotografia ganhou muitos adeptos e se tornou banal.
Fotografar era caro, exigia-se conhecimento técnico, fotometragem, abertura do diafragma, além de investimentos em aparelhagem, filmes e revelação. Fotografar era precioso; a revelação, um ato mágico e a surpresa do resultado, melhor ainda. Cada momento era importante, até mesmo a montagem nos álbuns.
A nova tecnologia banalizou o ato de fotografar. Com um celular ou tablet nas mãos, qualquer um é fotógrafo. Ninguém ainda parou para pensar na qualidade das fotos. Não existe mais poesia, técnica ou qualidade da imagem: o olho perdeu seu próprio olhar. Postar nas mídias sociais é o foco. Basta um clique e pronto!
Cópia em papel não existe mais. As imagens podem desaparecer numa fração de segundo quando se perde o celular ou se troca de aparelho. As fotografias podem até ficar na memória, mas o que fazer para eternizá-las?


“NA POEIRA DO ATACAMA”: gestos fotográficos de uma viagem

Do clima árido e seco do Deserto do Atacama, no Chile, a fotógrafa e artista plástica Simone Villani revelou sensíveis imagens com ricas nuances de cor e plasticidade. São esses registros fotográficos que compõem a mostra “Na poeira do Atacama” que acontece no sábado, dia 10 de março, na Loja Memória, das 10 às 15 h.

Em diálogo com o universo da casa – espaço privilegiado na curadoria de produtos da loja – a fotógrafa experimentou levar a fotografia para variados suportes. O resultado é um acervo de imagens impressas em tecidos que podem se transformar em estandartes ou almofadas, por exemplo. Há também pequenas reproduções em superfície imantada para decorar geladeiras e esquadrias de janelas. De acordo com Simone Villani, trata-se de uma forma de pensar a fotografia em intercâmbio com outras possibilidades de uso e manuseio.

Simone Villani é graduada em Belas Artes pela Escola de Belas Artes da UFMG e especialista em “Design de Moda” pela FUMEC e em “Arte, Educação e Tecnologias Contemporâneas” pela UnB. Gosta de formas, cores, detalhes e está sempre procurando o melhor ângulo dos objetos ou cenas, em busca do lado poético das coisas. Além da fotografia, Simone borda e costura. Não é por acaso que um dos suportes escolhidos para sua mostra fotográfica foi o tecido.